Slasher dos Anos 2000

Uma review de Premonição (2000)

Resumindo 

Uma pérola de terror dos anos 2000, que parece estar brigando o tempo todo entre o suspense e o tosco 

Expandindo (com spoilers)

Depois de uma tragédia envolvendo um avião (meus pêsames para os familiares das vítimas), o literalmente my brother teve a brilhante ideia de rever o primeiro filme da franquia de terror que ajudou a moldar o imaginário popular dos anos 2000. 

Na história o jovem Alex (Devon Sawa) tem uma premonição de que o avião que ele estava ia explodir e pra quem não sabe uma premonição é uma visão de algo que vai acontecer, mas mesmo saindo ao berros do avião e sobrevivendo com um grupo de pessoas, ninguém engana a morte por tanto tempo. 

Uma curiosidade muito legal é que a ideia original foi feita para um episódio de Arquivo X (1993 – 2018), o que faz muito sentido diga-se de passagem e provavelmente seria um episódio daora, mas acabaram transformando a ideia num filme é faturando uns milhões de dólares á mais.

A cena da premonição em si, ou seja da queda do avião é muito boa, todos os 10 primeiros minutos do filme te preparam para isso, dando indícios de que algo ruim ia acontecer, mas quando acontece funciona muito bem, parece o medo de alguém que teme andar de avião se realizando instantaneamente, então eu acredito que só essa cena ajudou a criar/ reforçar o medo de viajar de avião de muitas pessoas.

Gosto do conceito de que o vilão do filme é a própria morte, fazendo da franquia um slasher sobrenatural, onde basicamente não dá para escapar de “quem” está te perseguindo, e a direção do James Wong (James Wan do Paraguai) funciona muito, a gente fica o tempo todo se perguntando: “É agora que vai morrer? Ah não, vai ser assim, não vai ser assado.” Mas no final, somos surpreendidos. 

A cena do avião é o que vende o filme, mas as outras mortes, apesar de não tão memoráveis, são criativas, basicamente uma Máquina de Rube Goldberg mortal (um dispositivo excessivamente complicado que envolve uma série de reações em cadeia), onde uma pecinha leva a uma morte brutal.

Um ponto baixo do filme é o drama do protagonista, tipo todo mundo (menos a Clear, Ali Carter) odeia o cara pq ele previu que o avião ia explodir e salvou eles? Nada haver, deviam ficar que nem o Billy (Seann William, vulgo Stifler) endeusando e temendo o cara, mas ok. Agora o plot policial é indefensável, fraco demais.

Outro ponto baixo é o roteiro que em alguns momentos é muito bom (principalmente na premissa), mas em outros a própria MORTE esquece quem ela devia matar e quando o protagonista lembra ela faz tipo “putz, verdade, né? Vou lá atrás de tal pessoa em vez de vc que eu tava só zoando.” 

Achei legal que o nome de todos os personagens fazem referência a algum ator/ diretor famoso do horror, exemplos: Alex Browning, em referência a Tod Browning (diretor de Drácula, 1931) e Billy Hitchcock, em referência ao mito Alfred Hitchcock

A franquia pode não ser muito boa no geral, mas tem bons momentos que eu tenho certeza que contribuíram para o imaginário popular de medo de andar de avião é montanha russa e eu diria que o 1º, 3º e 5º filme são os mais memoráveis, justamente pelas cenas e por tentar algo novo (que deu certo) na própria franquia. 

No geral é um filme fruto da sua época que nitidamente tem o famoso “filtro anos 2000”, mas se vc aceitar a tosquisse dá pra se divertir com mortes mirabolantes e uma premissa ótimo presa num roteiro ok. 

Destaques Extras 

  • Pra mim (e acredito que para muitos) o segurança do necrotério é a personificação da própria morte zoando o pessoal, uma breve porém memorável participação do Tony Todd (vulgo Candyman)
  • Admito que fiquei com um crush na Clear 

Nota: 7,0

Filme atualmente disponível na MAX

Isso é tudo pe-pe-pessoal, obrigado por ler e até a próxima!

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