Resumindo
Sente a pressão do Blues e do alho neném
*Tem uma cena durante os créditos e outra no finalzinho
Expandindo (Com Spoilers)
Já sabia do que a história se tratava, mas em nenhum momento deixei de me divertir. Fui assistir a esse show com literalmente my brother e meu magnânimo primo que não sabiam nada e apesar dos pesares, acredito que curtiram.
A história se passa lá pela década de 30, auge da segregação nos EUA, quando dois irmãos gêmeos voltam para sua cidade natal a fim de abrir um “Juck Joint”, uma “boate” só para negros, porém mesmo em casa, forças sombrias vão perturbar seus momentos de lazer.
Um dos grandes pontos de virada do filme é que ele é uma história de vampiro, mas apesar do monstro, isso não acaba sendo o principal, pois toda a questão social e a analogia dos vampiros sobre isso acaba sendo o verdadeiro terror de Pecadores.
No começo somos apresentados a lenda dos vampiros, logo depois para um flashforward que já mostra que a noite no bar vai ser uma loucura loucura loucura, daí a história começa com os irmãos juntando recursos e amigos para a inauguração.
Eu não sei explicar o pq, mas eu gosto muito de filme de vampiro e da mitologia clássica, algo que é muito bem seguido aqui, vide a questão de ter que ser convidado para entrar em um local, o alho, a água benta, tem que cortar a cabeça e principalmente o fato do vampiro possuir a alma do hospedeiro, porém prender suas memórias de alguma forma e não te matar! Mano se isso aqui não é uma metáfora perfeita para apropriação cultural, eu não sei o que é.
Em meio a essa jornada conhecemos um pouco mais dos irmãos, sua relação em sintonia e seus amores de vida, seu primo Preacher Boy (filho do pastor), um personagem importantíssimo. Assim temos algum vislumbre do passado deles e como eram suas relações.
Na noite de inauguração temos uma cena maravilhosa de blues e festa que revela como a música pode ser uma conexão com espíritos do passado e do FUTURO (até arrepiei com isso), porém toda essa cantoria atrai forças sombrias que querem se aproveitar dessa cultura.
Mais uma vez a parceria entre Ryan Coogler e Michael B. Jordan se mostram um achado, dessa vez Jordan interpreta dois personagens distintos, mas muito parecidos (cof cof), com trejeitos, histórias próprias, detalhes de figurinos e características que os diferenciam. Coogler por sua vez, nos conduz a uma noite inesquecível e lendária.
O curioso é que o protagonismo acaba recaindo para o Sammie, vulgo Preacher Boy (Miles Caton) e anote o que eu digo, esse moleque tem futuro na indústria. Os interessantes românticos dos gêmeos são bem legais e únicas, uma é maravilhosa Hailee Steinfeld (sem comentários) e a outra é a incrível Wunmi Masako, acho muito legal que ambas tem uma história intensa com um dos irmãos, mas são família e admito que dói ver elas indo de base. Destaque para o vampiro more, Remmick (Jack O’Connell) que passa uma presença em tela e pro humor do Delta (Delroy Lindo).
A trilha sonora disso aqui é brincadeira, o Ludwig Göransson conseguiu recriar o blues da época e atualizar, mesmo não sendo uma pessoa negra ele acaba conseguindo fazer algo único, provavelmente pq seu pai lhe apresentou ao blues, e sim, tudo no filme tem um toque pessoal que ressoa no inteiro, seja o diretor, personagens e a história em si, tudo foi feito com um carinho e uma técnica impecável.
Minha única crítica foi que a primeira parte do filme demora um pouco para se construir, tipo é legal ver os personagens, a preparação e a atmosfera de alegria ir aos poucos se tornando um terror, além claro de uma crítica social literalmente a cada esquina, porém acredito que se estendeu demais.
Sobre as cenas pós-créditos, a 1a é um baita de um epílogo que mostra o Preacher boy no futuro, veio e uma lenda do blues, sendo visitado pelo Stack e pela Mary, que vieram escutar a música original, e até ofereceram transformar ele num vampiro, que recusou e lembrou do melhor (pior) dia da vida dele, que ainda o faz ter pesadelos, inÇano! A 2a eu não vi kkkk, mas aparentemente é o Sam tocando, mais um gostinho do blues.
No geral é o filme do ano até o momento, ele já veio com um hype devido aos envolvidos, mas está falando por si e ganhando no boca-boca, pq sim o filme é incrível no raso é um achado se vc analisar ainda mais a fundo.
Comentários Extras & Curiosidades
- Smoke e Stack são apelidos incríveis
- Espero que o filme ganhe destaque nas premiações, porém sua janela de lançamento pode comprometer um pouco
- Algo legal a se citar é que o diretor fez um acordo diferenciado em Hollywood, pois daqui a 20 anos os direitos da história/ obra voltam para ele
- O final não precisava de um massacre, mas como é um bando de nazista, foi gratificante s lindo dado a conclusão do Smoke
- O filme é mais sensual do que sexual, isso faz sentido?
- Da pra ver de onde o povo tirou a semelhança com Um Drink no Inferno (1996)
- Depois desse filme eu caiu num vórtex de filmes de vampiro, não me arrependo
Nota: 9,0
Filme atualmente disponível nos cinemas
Isso é tudo pe-pe-pessoal, obrigado por ler e até a próxima!