Fúria Primitiva é o John Wick Indiano?

Uma review de Fúria Primitiva (2024)

Resumindo
Assim, tem seus momentos e críticas sociais legais, mas demora pra engrenar e manter. 

Expandindo 
Assisti ao filme com literalmente my brother Leo e esperávamos um John Wick indiano e realmente pode se encaixar nesse termo, mas ao mesmo tempo que ele vai um pouco além, ele não consegue chegar no básico.

Na história acompanhamos a jornada de vingança do Kid (Dev Patel), recebemos um pouco do contexto da sua motivação ao longo da narrativa e suas ideias/ seus objetivos para chegar até quem ele quer.

Até que eu gostei da direção e atuação do Dev Patel, mas fiquei encasquetado pensando “como alguém que aparece em 90% do filme é creditado como diretor, sendo que em 90% do filme, outra pessoa está por trás das câmeras??” Enfim só uma indagação que me incomodou. 

O filme foi vendido para a Netflix justamente como um “John Wick indiano”, porém depois de ver o resultado a locadora vermelha não sentiu muita confiança, principalmente para o mercado indiano, justamente pelos temas abordados, então o filme pronto ficou num limbo até ser adotado pelo Jordan Peele, porém é inegável que John Wick foi uma inspiração (tanto que é até citado).

Dentre os temas abordados, temos a clássica crítica ao abismo social enorme que tem na sociedade indiana, onde os ricos são super ricos e os pobres são super pobres, mas além disso temos a representatividade trans que funciona muito bem e não soa nada forçado, os personagens dessa comunidade aparecem e ajudam o protagonista a se reerguer e enfrentam o mesmo dilema da comunidade da mãe do Kid, logo eles precisam agir de alguma forma. 

Eu sempre acho muito legal ver alguns costumes/ mitologias da Índia serem representado pelo menos de alguma forma, é uma cultura muito rica e que apesar de seus problemas e preconceitos, tem suas belezas (como qualquer outra) e apesar do grande nome por trás de tudo (Dev Patel) ser britânico, ele tem suas raízes e quer mostrar para a próxima geração que é possível sonhar através da representatividade. 

Falando um pouco mais sobre mitologia, o Hanuman é um deus macaco do hinduísmo associado ao heroísmo, altruísmo e devoção, ou seja toda a história parece ter sido desenvolvida com base nesses conceitos, além de uma bela pitada de vingança. Gostei do momento meio psicodélico que mostra ele relembrando a história do Hanuman e aceitando de vez essa figura.

Um pouco mais sobre os bastidores, o projeto sofreu atrasos devido a pandemia e também por um pequeno detalhe, onde o ator principal quebrou a mão, kkkk cry.

No geral soa como um filme de fases, calmaria, ação, calmaria e ação, trazendo uma narrativa um pouco diferente da que estamos acostumados e apesar das suas melhores intenções, pra mim só consegue ser um filme bom, mas que merecia ser mais.

Destaques Extras

– Gostei bastante do pôster

– Achei que ele ia usar mais a máscara do macaco, meio anticlimático, mas ok 

– Entendi a questão da tradução do título, mas perde bastante significado. 

– Vi em inglês sem legendas e com o sotaque indiano, talvez isso tenha contribuído para a resultado final. 

Nota: 6,0

Isso é tudo pe-pe-pessoal, obrigado por ler

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